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NOVA CULTIVAR DE ARROZ - Acapsa - Associação dos Produtores de Sementes de Arroz Irrigado
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NOVA CULTIVAR DE ARROZ

07/06/2023


SCSBRS126 Dueto

Apresentação

A Epagri – Estação Experimental de Itajaí (EEI), preocupada com as questões relativas às mudanças climáticas e consequente aumento da frequência de temperaturas extremas, iniciou em 2008 estudos na área de tolerância de arroz ao frio na fase reprodutiva. Apoiaram as pesquisas iniciais o CNPq, com o projeto 402214/2008- 0, intitulado “Desenvolvimento de cultivares de arroz para sistema irrigado visando a obtenção de tolerância a estresses bióticos e abióticos” (2009-2012), e a Fapesc, através do projeto 6980/10-9 (Chamada Pública 12/2009) – “Avanços tecnológicos em arroz irrigado para a Região do Alto Vale do Itajaí” (2010-2012). Cabe registrar que a busca de variedades resistentes foi uma demanda do Alto Vale do Itajaí, defendida principalmente pelo Sr. Antônio Carlos Contezini, que apoiou a Epagri na condução de experimentos e unidades de observação na região. Como resultado desses esforços, a Epagri, em conjunto com a Embrapa e apoiada pela UDESC/CAV, disponibiliza, para a safra 2023/2024, seu 26o cultivar de arroz irrigado para Santa Catarina, o SCSBRS126 Dueto (RNC/MAPA no 48358, de 8/7/2021, e SNPC/MAPA no 20230006, de 20/09/22-20/9/37) (Figura 1A e 1B).

O nome “Dueto” é alusivo à parceria interinstitucional entre Epagri e Embrapa e à dupla aptidão do novo cultivar, que é tolerante a baixas e altas temperaturas na fase reprodutiva. Finalmente, o nome “Dueto” visa reconhecer dois ilustres pesquisadores, cujas contribuições para a orizicultura brasileira foram relevantes, e aos quais este lançamento é dedicado, a saber: o Eng.-Agr. Dr. Orlando Peixoto de Morais (in memoriam), da Embrapa Arroz e Feijão, e o Eng.-Agr. Me. Richard Elias Bacha, pesquisador emérito da Epagri.


Figura 1. SCSBRS126 Dueto (safra 2019/20) (A); plantas individuais
individuais (transplantadas) apresentando ótimo perfilhamento (B)
Foto: Rubens Marschalek



Origem e particularidades:

A linhagem SC 806, lançada como SCSBRS126 Dueto (Figura 2), foi desenvolvida pelo Programade Melhoramentode ArrozIrrigadoda Epagri em parceriacoma Embrapa. O novo cultivar é oriundo do cruzamento entre o cultivar IRGA 424 e a linhagem da Embrapa BRA040081 (BRS Pampa). A hibridação foi realizada em 2008 pela Embrapa Arroz e Feijão e a multiplicação das sementes F1 foi realizada em 2009 (Goianira, GO), na Estação Experimental Palmital (EEP). A geração F2 foi conduzida na Epagri – EEI (2009/10) e em 2010/11 as famílias F2:3 foram avaliadas no Ensaio de Observação de Famílias (EOF) na EEP e no Ensaio F2:3 na EEI, sendo selecionadas cinco famílias, que foram avançadas para o Ensaio de Rendimento de Famílias F2:4 (ERF) e avaliadas na safra 2011/12 em Alegrete/RS, Capão do Leão/RS, Santa Vitória do Palmar/RS e Itajaí/SC, nos quais a família CNAx16810-B-7-B se revelou promissora. Posteriormente, as avaliações continuaram somente na Epagri, que levou essa família à fase F5 (2012/13) sendo em 2013/14 e 2014/15 (EEI) avaliada em ensaios avançados F6, recebendo a denominação de linhagem SC 806.

Em experimentos de seleção fenotípica conduzidos em campo no outono, na EEI, a SC 806 foi considerada promissora. Diante disso, foi inserida em experimentos de primavera-verão a 600 m de altitude (Rio do Campo, SC) de 2014/15 até 2015/16, e a 500 m de altitude em 2016/17 (Mirim Doce, SC). O desempenho da linhagem foi promissor nesses sítios de altitude, e, assim, ela foi inserida nos ensaios de Valor de Cultivo e Uso (VCU) em 2017/18, nos quais permaneceu até 2021/22.

A partir de 2013 foram conduzidos, na EEI, em parceria com o programa de pós-graduação do Centro Agroveterinário da Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC, vários experimentos em câmara de crescimento controlado, com o monitoramento da temperatura, luz e umidade. Estas pesquisas confirmaram a resiliência da SC 806 não somente às baixas (15-17°C), como também às altas temperaturas (até 38°C). Entretanto, cabe ressaltar que observações de campo e estudos preliminares demonstram que o SCSBRS126 Dueto não apresenta tolerância ao frio na germinação, estabelecimento e fase vegetativa.


Figura 2. Grãos brancos descascados e
com casca do SCSBRS126 Dueto
Foto: Rubens Marschalek



Regiões de adaptação, características e considerações gerais:

O cultivar SCSBRS126 Dueto foi avaliado nas áreas representadas pelos ensaios VCU e aprovado para cultivo de arroz irrigado pré-germinado de Santa Catarina, sendo indicado principalmente para regiões com altitude superior a 400m, sujeitas a quedas de temperatura na fase reprodutiva do arroz, pois apresenta menores índices de esterilidade de grãos sob frio quando comparado a outros cultivares da Epagri (Figura 5A e 5B). A extensão de uso para o RS, em semeadura em solo seco, foi solicitada em 2023 (com base em VCUs da Embrapa).

SCSBRS126 Dueto tem excelente perfilhamento em baixas altitudes, e seu crescimento na fase vegetativa é um pouco menor em altura do que o de outras variedades da Epagri. Tem colmos de espessura médio-fina (Ë‚ 4,1mm) e, aproximadamente 15 dias após o florescimento estes podem adquirir dobras nos nós (“joelho”), o que pode emprestar à lavoura um aspecto de remexida e entrelaçada, não raro, de “encostada” (Figura 3). Dependendo do clima e local de cultivo, bem como da densidade de semeadura, isto pode não ocorrer ou ser apenas sutil, conferindo à lavoura uma aparência ereta normal (estiolada), agravando sua pré-disposição ao acamamento.

A folha-bandeira é curta e pouco expressiva, e seu ângulo em relação ao eixo vertical, até o florescimento, é totalmente ereto; mas após essa fase, pode torna-se intermediário (aprox. 45º) (Figura 4) e, talvez por isso, seja eventualmente alvo preferido de pássaros. Semeaduras com densidade ≥120kg/ha (exceto nas regiões de altitude, onde esta cifra está sendo estudada, e pode ser maior) ou muito tardias (nov-dez), ou cultivos com adubações desequilibradas (excesso de nitrogênio, por exemplo) podem alterar bastante a arquitetura e estrutura da planta.

Tudo isso, aliado ao ótimo potencial produtivo desta variedade, acrescido ou não de eventuais agravantes climáticas (ventos e chuvas fortes), pode aumentar sua predisposição ao acamamento, principalmente em altitudes inferiores a 400m. No sistema pré-germinado, o manejo requer muita atenção, eventualmente com drenagem intermediária no perfilhamento, adubação de acordo com a análise do solo e acompanhamento técnico criterioso. No sistema de semeadura em solo seco, nos dois anos de VCUs realizados no RS, não foram relatados episódios de acamamento. Já no pré-germinado, especialmente nas regiões de baixa altitude, há a necessidade de precauções no manejo, no que diz respeito ao risco de acamamento.

Quanto à seletividade do cultivar SCSBRS126 Dueto aos principais tratamentos herbicidas utilizados em arroz irrigado, em sistema pré-germinado, comparativamente aos cultivares SCS116 Satoru, SCS121 CL, SCS122 Miura e SCS125, o novo cultivar apresenta boa seletividade aos herbicidas mais comumente utilizados em sistema prégerminado (florpirauxifen-benzil, penoxsulam, carfentrazona-etílica), aplicados em pós-emergência, para a semeadura realizada tanto em agosto como em outubro (de acordo com experimentos da safra 2022/23). Apresenta também boa seletividade para 6 a aplicação em pré-emergência de clomazone na dose recomendada e sem o uso de protetor de sementes, em sistema pré-germinado (estádio S3), em área com solo bem nivelado, nas semeaduras de agosto e outubro.

SCSBRS126 Dueto pode apresentar alguma desuniformidade de maturação dos grãos na panícula ou na planta. Observações preliminares indicam que este cultivar não tem boa capacidade de rebrota. Quanto ao desempenho industrial e sensorial, o SCSBRS126 Dueto foi testado no laboratório LabGrãos/UFPel (Certificado Nº 042I de 03/9/2020) e avaliado para arroz branco e parboilizado no Lab. de Qualidade da Urbano Agroindustrial, enquanto na Epagri/E.E. Itajaí foi avaliado para arroz branco. Apresentou bom desempenho sensorial e culinário para arroz branco, sendo considerado adequado à parboilização. Foi avaliado quanto à amilose e temperatura de gelatinização na Embrapa Arroz e Feijão e na Unidade de Ensaios Químicos e Cromatográficos da EEI (UENQ/Epagri).



Figura 3. Lavoura de SCSBRS126
Dueto vista de cima na maturação
Foto: Rubens Marschalek




Figura 4. Lavouras de Semente Básica (transplantada) de SCSBRS126
Dueto na maturação (esquerda) e durante enchimento de grãos (direita)
Foto: Rubens Marschalek



O cultivar SCSBRS126 Dueto* destaca-se por apresentar:

  • ciclo tardio (142 a 144 dias*);
  • excelente perfilhamento (porém, colmo fino; médio-suscetível a acamamento);
  • excelente produtividade (mas exige nutrição adequada e equilibrada);
  • menores índices de esterilidade** sob estresse de temperatura (baixa e alta) na fase de formação dos grãos de pólen (microsporogênese)*** e floração (antese)*** ;
  • boa qualidade de grãos;
  • boa aparência e qualidade sensorial para arroz branco;
  • adequado à parboilização.


*De acordo com condições edafoclimáticas e de manejo/industrialização pode haver alterações, como ocorre com qualquer variedade (cultivar).

**O que se traduz por menores índices de esterilidade: válido para condições controladas de umidade, temperatura e fotoperíodo. Avaliações feitas em câmara de crescimento controlado, sob baixa temperatura diurna (17ºC e 65%UR) durante 3 dias de exposição na microsporogênese/antese, e alta temperatura diurna (38ºC e 55%UR) por 4 dias na antese (floração). Bom desempenho em nível de campo em sítios de elevada altitude (entre 500m e 600m), em Santa Catarina, no Alto Vale do Itajaí (publicações dos congressos CBAI em https://www.sosbai.com.br/trabalhos/).

***A fase da microsporogênese em R2 é caracterizada considerando a distância da lígula da folha-bandeira e da penúltima folha entre -3 cm (lígula da folha-bandeira abaixo da lígula da penúltima folha) e +10cm (lígula da folha-bandeira acima da lígula da penúltima folha). A antese em R3-R4 é caracterizada pela exserção da panícula e abertura das espiguetas.


Figura 5. Foto ilustrativa da menor esterilidade no SCSBRS126 Dueto (A), comparada à esterilidade
do SCS122 Miura (B), após ocorrência de frio no período reprodutivo (VCU 2019/2020 em Araranguá, SC)
Foto: Rubens Marschalek



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